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Júlio Miguel MONTEIRO Júnior ® (1907-1979) |
Júlio Miguel MONTEIRO Júnior ®
Júlio também usou o nome Julinho Monteiro. Notas gerais: Natural do Mindelo, ilha de S. Vicente, faleceu em 1979 em Portugal. Estudou no Liceu Infante D. Henrique do Mindelo. Formou-se em Direito pela Universidade de Lisboa em 1933? e em Ciências Oscilais pela antiga Escola Superior Colonial. De regresso a Cabo Verde, exerceu, durante anos, advocacia na Comarca de Sotavento e foi secretário da Câmara Municipal da Praia. Em 1952 foi nomeado administrador do concelho de S. Vicente onde, exerceu durante oito anos, "uma acção social persistente que modificou em larga medida a vida da população do Mindelo." (Cabo Verde Boletim n. ° 124, Jan/960, pág. 22). Sempre atento à vida cultural da sua cidade natal participou na Mesa redonda sobre o homem cabo-verdiano, realizado em 1956, por iniciativa do professor Almerindo Lessa. Deixou o lugar em 1960, por ter sido transferido para Angola como Intendente Administrativo em 30 de Julho de 1959. Foi delegado do governo português às reuniões da O.I.T. e da C.C.T.A. e fez parte da delegação representativa de Portugal à Assembleia Geral da O.N.U. • Em Angola exerceu as funções de Encarregado do Governo do distrito de Malange e, em 1961, foi nomeado governador do mesmo distrito. Neste ano começou a Guerra de Independência de Angola (Guerra Colonial ou do Ultramar) e, na Baixa do Malange, Júlio Monteiro pôde ver o lado mais bárbaro do colonialismo, desde um administrador que matou à pancada um angolano - e ao qual ele instaurou um processo por homicídio, - até à destruição das lavras (culturas) dos nativos pêlos proprietários agrícolas europeus a fim de apressar a apanha de algodão. Impressionado com o que viu escreveu um livro em que relata estes factos e que intitulou "Baixa do Desespero", livro este que, infelizmente, não chegou ou não pode publicar. • O professor português Orlando Ribeiro, que foi condiscípulo de Monteiro, transcreve estes factos no seu livro "A colonização de Angola e o seu fracas' só", faz-lhe um sentido elogio e lamenta não ter convivido com ele mais tempo. • Desde os seus tempos de estudante que ficou ligando à imprensa. Em Lisboa, ainda estudante de Direito, colaborou activamente na A Mocidade Africana de que foi primeiro editor e depois director e onde defendeu o homem negro na linha do pensamento de Marcus Garvey. De regresso à sua terra colaborou nos periódicos Notícias de Cabo Verde, Cabo Verde - Boletim de Propaganda e Informação de que foi um dos mais assíduos colaboradores; no português Portugal Colonial, etc. • Publicou: Lições da cadeira de Administração Colonial, (co-autor Paulo Roque da Silveira, com base nos apontamentos das aulas do Dr. J. Gonçalves de Santa-Rita, ao curso de 1931-32), Famalicão, Portugal, 1933, (296 p.); Cabo Verde, ilhas adjacentes, Praia, Minerva de Cabo Verde, 1942; O valor de uma "confissão", Praia, Minerva de Cabo Verde, 1945; Os rebelados da ilha de Santiago de Cabo Verde, Praia, I. de Santiago, 1974, ed. do Centro de Estudos de Cabo Verde, impresso em Lisboa, 240 p. Escreveu ainda Baixa do Desespero que ficou manuscrita. 1 Notas sobre o nascimento: Cidade do Mindelo - Cabo Verde Eventos de relevo na sua vida: • Foto adolescente: • Foto jovem. • Formação: matriculara-se, em 1930, em Lisboa, , Lisboa, Portugal. No curso de Direito da então Escola Superior Colonial. • Estudante: da Faculdade de Direito, a 30 Dez 1931, em Lisboa, , Lisboa, Portugal. Organizou e participou, na data indicada, num banquete de confraternização dos estudantes cabo-verdianos. • Foto de família: com os filhos e netos. • Cargo: Administrador do Concelho, em 1952-1960 em Mindelo, São Vicente, Cabo Verde • Foto em grupo: Jantar em homenagem a Bento Levy, em 1961, em Mindelo, São Vicente, Cabo Verde. • Cargo: Inspetor de Educação, em 1969. • Testemunho: do neto Ruy Oliveira e Silva, em Dez 2008,. 2 " O meu avô durante toda a sua vida e no contexto politico e social em que viveu, desenvolveu, tanto quanto lhe foi possível, arriscando muitas vezes a sua integridade física bem como a estabilidade familiar, a promoção, o desenvolvimento do seu povo plantando as sementes da identidade cultural, o desenvolvimento académico dos seus concidadãos, a par de muitos outros, ilustres cabo-verdianos para quem não foi necessário caminharem as estradas da clandestinidade para o fazerem. Enquanto e durante todos os cargos que desempenhou na administração colonial pautou a sua postura pela subversão dentro das regras. Promoveu a educação, o desenvolvimento, por dentro do sistema para que mais tarde os que tivessem aproveitado pudessem em consciência emancipar o povo cabo-verdiano. Em Angola, os actos praticados por ele, não passaram despercebidos da administração colonial e por isso foi destituído das suas funções e enviado para o continente onde a sua voz, os seus actos e a sua prática pudessem ser controlados. No fundo foi este o homem que eu conheci no fim da sua vida e que de herança me deixou o amor pelo seu povo. Foi esta a herança dele para todos os que amam e sente África a correr no seu sangue. É isto que eu quero ver perpetuado no seu epitáfio." • Homenagem/Louvor/Reconhecimento: Medalha da ordem do vulcão, a título póstumo, a 6 Jul 2011, na Praia, Santiago, Cabo Verde. Júlio casou com Rita de Cássia Marques da SILVA ®, filha de António Marques da SILVA e Júlia Amélia CAMACHO. (Rita de Cássia Marques da SILVA ® nasceu a 1 Mai 1906 em Lisboa, , Lisboa, Portugal 3 e faleceu em †.) Júlio had a relationship with Maria Helena Branco Freire de Andrade Salazar d' Eça Spencer SANTOS ®, filha de João Leandro Spencer SANTOS e Laura da Piedade Branco Freire de Andrade SALAZAR D' EÇA. (Maria Helena Branco Freire de Andrade Salazar d' Eça Spencer SANTOS ® nasceu a 5 Abr 1911 na Praia, Santiago, Cabo Verde 4 5 e faleceu em Out 2006 em Faro, Algarve, Portugal.) Júlio alegadamente teve um relacionamento amoroso com Maria da Purificação Carnaval BARBOSA ®, filha de Alfredo de Jesus Carnaval BARBOSA e Gregória Rodrigues MIRANDA. (Maria da Purificação Carnaval BARBOSA ® nasceu a 27 Fev 1911 em Cabo Verde,6 faleceu a 5 Jun 1965 na Praia, Santiago, Cabo Verde e foi sepultada em Jun 1965 na Praia, Santiago, Cabo Verde.) |
1 João Nobre de Oliveira, A Imprensa Cabo-verdiana (1820-1975) (Edição da Fundação Macau - Direcção dos serviços de Educação e Juventude; Setembro de 1998, por ocasião da visita oficial a Cabo Verde do Governador de Macau, General Vasco Rocha Vieira. ISBN 972-658-017-X).
2 Testemunho de parente próximo (ou do próprio), fornecido via e-mail por. Ruy Jorge Sousa Monteiro Oliveira e Silva.
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"Divulgados por FamilySearch," Número do Filme: 007031379; registo 1051; imagens 182 e 183; Arquivo Nacional de Cabo Verde, Praia. Data cit.: 27 Out 1949; clique aqui
"Cabo Verde,Bilhetes de identidade, Praia, ACP-Lv 357, 1945-1950. Arquivo Nacional de Cabo Verde (Cape Verde National Archives), Praia.
4
"Divulgados por FamilySearch," Número do Filme: 007031404; registo nº 819 de 20.9.1934; Arquivo Nacional de Cabo Verde, Praia; clique aqui
"Cabo Verde, Bilhetes de identidade, Praia, RPSAC-Cx 407, peça 03, 1929-1937.Arquivo Nacional de Cabo Verde (Cape Verde National Archives), Praia.
5
"Divulgados por FamilySearch," Número do Filme: 007031376; registo nº 1291, imagens 144 e 141; Arquivo Nacional de Cabo Verde, Praia. Data cit.: 4 Out 1940; clique aqui
"Cabo Verde, Bilhetes de identidade, ACP-Lv 355, 1937-1943.Arquivo Nacional de Cabo Verde (Cape Verde National Archives), Praia.
6
"Divulgados por FamilySearch," Número do Filme: 007031405; registo nº 90; Arquivo Nacional de Cabo Verde, Praia; clique aqui
"Cabo Verde, Bilhetes de identidade, Praia, RPSAC-Cx 407, peça 04, 1929 Arquivo Nacional de Cabo Verde (Cape Verde National Archives), Praia.
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