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Albino José AVELINO
(1803-1883)
Beatriz HENRIQUES
Augusto Frederico dos REIS
Apolinária Maria HENRIQUES
(1853-)

José Alves dos REIS ®
(1895-1966)

 

Relações da família

José Alves dos REIS ®

  • Nascimento: 20 Mar 1895, Bolama, Guiné-Bissau
  • Óbito: 16 Out 1966, Mindelo, São Vicente, Cabo Verde com 71 anos de idade
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Símbolo  Eventos de relevo na sua vida:



• Atividade artística. Dedicou todo o resto da sua vida à música, dando concertos e ensinando várias gerações. Dirigiu a Banda do Liceu Infante Dom Henrique (ver ao lado a foto de 1933 onde Reis está assinalado).

Criou a Banda Municipal e foi professor de Canto Coral no Liceu Gil Eanes até à sua morte, a 16 de Outubro de 1966, nesta cidade de Mindelo.



• Atividade artística: Concerto de piano, a 20 Abr 1933.
Ver recorte ao lado extraído do nº 40 do semanário mindelense "Notícias de Cabo Verde" de15-4-1933



• Atividade cívica e social: contribuição para uma causa nobre, em Set 1937. Subscreveu uma angariação de fundos para a construção de um monumento em homenagem ao autarca e médico-militar, Coronel Francisco Regala falecido em 11 de Abril desse ano de 1937

Ver ao lado uma lista de subscritores, publicada no "Notícias de Cabo Verde" de 15-9-1937
NB: os indivíduos cujos nomes se encontram ali assinalados por um vermelho, têm igualmente uma página genealógica neste site.

• Nota biográfica: Declarações de Cristalina Reis, a penúltima filha do extinto professor “Nhô Reis”, a 20 Mar 2021,. A seguir parte do artigo de Kimze Brito publicado no Mindel Insite, na data indicada, com o seguinte título:

Filha de "Sr. Reis" aborda origem do maestro e professor no 126º aniversário do seu nascimento

Nasceu no seio de uma família com cinco filhos em que o pai de "Nhô Reis", militar na altura da independência de Goa (India), pertencente na época a Portugal, foi escalado para liderar uma companhia de guerra para aquela antiga colónia. A mulher e os filhos, de acordo com Cristalina Reis, ficaram na Guiné-Bissau.

Augusto Frederico dos Reis, pai de "Nhô Reis" foi ferido com gravidade e, por falta de tratamento adequado em Goa, acabou por morrer de gangrena. A mulher ficou sozinha com os filhos e a solidão levou-a a adoecer e morrer, ficando os filhos, entre os quais "nhô Reis", entregues ao governo colonial. Atendendo que o pai deles tinha falecido na Guerra, o governo de então assumiu a responsabilidade das crianças. Na altura, os orfanatos eles estavam os sítios onde amparavam as crianças sem famílias e de militares falecidos na guerra. Deste modo, os filhos, muito novos, entre os quais "Nhô Reis", foram enviados para Portugal e separados por idade. Assim, conta a nossa entrevistada que as mesmas ficaram sem contactos o que levou a que não aguentassem tamanha reviravolta nas suas vidas, sem pai, mãe e irmãos.

José Alves dos Reis foi o único sobrevivente da tragédia dessa família que entretanto tinha um tio, irmão do pai na Guiné-Bissau, que, segundo a filha, não teve qualquer iniciativa em amparar os sobrinhos pois, de acordo com o que conta Cristalina Reis, este tinha interesse apenas nos bens que eles estavam dos sobrinhos.

Deste modo, o músico recusou a ajuda do tio e foi morar com um padre que já o conhecia, pois era muito religioso. Ajudava o padre nas missas e começou a se preparar para também vestir a batina.

Uma irmã religiosa italiana que passou pela Guiné Bissau, ao ouvi-lo a tocar ficou encantada e pediu para falar com ele, perguntando-lhe se queria mesmo ser padre ou se não gostaria de estudar música. "Era tudo o que ele sempre quis, mas ficou sem posses. Foi assim que concordou com essa sra e partiu com ela para Itália onde foi matriculado na universidade de Milão e onde fez a conservatória", conta a referida fonte, acrescentando que, após terminar a conservatória, Nhô Reis ganhou uma bolsa para fazer estágio na Rússia e Alemanha, países esses que na altura eles estavam os mais famosos em termos de formação e educação musical.

Músico com dom político Na passagem por esses países, de acordo com Cristalina Reis, o seu pai também desenvolveu o dom de político que já existia nele e, para além da música, também começou a despertar o desejo de criticar coisas que no seu ver não estavam correctas, a começar pela sua própria vida que tinha passado e o que via no país onde nasceu. Feito o estágio e terminado o curso na conservatória de Milão, retornou para Guiné-Bissau, sempre seguido pela sra que o adoptou como filho. Voltando a Guiné-Bissau, e sendo uma pessoa com estudos elevados, foi nomeado administrador de Bafatá. Como administrador tinha poderes e com eles começou a trabalhar, principalmente com as pessoas mais pobres, e encetou mudanças que não foram bem vistas pelo governo colonial o que levou a que ele fosse enviado para Cabo Verde como exilado político.

Foi assim que José Alves dos Reis chegou a Cabo Verde e foi onde começa a boa parte da história desse homem que ajudou muitos jovens a se desenvolverem como músicos e enquanto políticos e ativistas. Utilizava os espaço onde ensinava a música também para fazer reuniões políticas clandestinas e mantinha igualmente contactos com Amilcar Cabral através de uma rádio transmissor que instalou numa cozinha que fez no quintal da casa, cujo objectivo era estabelecer ligações com fins políticos.

Como músico, já se sabe o papel que desempenhou em Cabo Verde, tendo sido fundamental para a formação de personalidades como Luís Morais, já falecido, Joaquim Almeida (Morgadinho), o próprio Jorge Monteiro (Jotamont), Humbertona, Abílio Duarte, entre vários outras…

Leia aqui o artigo na íntegra.


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